Você já se perguntou sobre os níveis de micro minerais na ração para suínos que seu vizinho está usando em comparação a sua? Bem, pesquisadores analisaram empresas brasileiras do setor suinícola para avaliar os níveis reais de micro minerais usados em dietas comerciais em diferentes regiões do Brasil, em comparação com as recomendações e o que é usado nas dietas comerciais norte-americanas. Aqui está um resumo de algumas das análises que podem lhe dar algumas dicas.
As tabelas de referência para os níveis de micro minerais na ração de suínos estão atualizadas?
As exigências nutricionais para a maioria dos micro minerais em suínos foram determinados com foco em evitar deficiências nutricionais na década de 1990. Eles são baseados em níveis mínimos de exigências de suplementação (NRC 2012, EUA) ou valores para otimizar o custo/benefício em formulações de rações (Rostagno 2017, Brasil). No entanto, há evidências de que as dietas comerciais para suínos freqüentemente contêm níveis de nutrientes maiores do que os recomendados. Essa prática parece originar-se em parte da crença de que a produtividade pode ser melhorada com o aumento da suplementação ou do medo de não atender as exigências de outra forma. No entanto, entre as granjas, há uma grande variação no que diz respeito à suplementação de níveis de micro minerais na ração de suínos, o que também pode ser devido as diferenças na genética, composição da ração, objetivos de manejo ou recomendações divergentes sobre as exigências.
Qual é o nível de micro minerais que meu vizinho está incluindo na dieta dos suínos?
Em uma pesquisa realizada em 2020 (Dalto e da Silva 2020) envolvendo 30 empresas de ração e cooperativas da indústria suinícola brasileira, foram avaliados os níveis de micro minerais na dieta comercial de suínos comparados com as tabelas de referência da indústria brasileira e norte-americana. Os resultados mostraram que, as empresas brasileiras adicionaram margens de segurança significativas para micro minerais às dietas de suínos e os níveis de suplementação foram maiores em comparação com os relatados em uma pesquisa de 2016, realizada na indústria norte-americana. Mais detalhes estão resumidos abaixo.
Níveis de micro minerais em ração de suínos relatados em granjas no Brasil
Dietas de creche (21-70 dias):
Os níveis de micro minerais foram de 0,9 a 15,3 vezes maior que os respectivos níveis das recomendações brasileiras e de 0,5 a 2,2 vezes maior aqueles observados em uma pesquisa com dietas para mesma fase nos Estados Unidos.
Médias brasileiras relatadas em dietas de creche (21-35 dias):
– Cobre (mg/kg): 141,4
– Zinco (mg/kg): 1876,1
Dietas de crescimento e terminação (71 dias até o abate):
A maior variação observada nos níveis de micro minerais foi para Cu, Mn e Co e os níveis de manganês e iodo foram significativamente maiores em comparação com as dietas de terminação dos EUA.
Médias brasileiras relatadas em dietas de terminação para Cu, Co e Mn (120 dias até o abate):
– Cobre (mg/kg): 85,8
– Cobalto (mg/kg): 0,44
– Manganês (mg/kg): 35,8
Dietas de lactação:
Os níveis de micro minerais nas dietas de porcas em lactação foram 1,0 a 12,4 vezes maiores em comparação com as tabelas de referência do Brasil e maiores em comparação com o que foi relatado em dietas de porcas em lactação nos Estados Unidos. Os micro minerais que foram significativamente mais elevados foram Cu, I, Mn, sendo a maior variação para Cu e Co.
Médias brasileiras relatadas em dietas de porcas em lactação para Cu, I e Mn:
– Cobre (mg/kg): 54,1
– Iodo (mg/kg): 0,98
– Manganês (mg/kg): 49,6
Mais detalhes sobre os níveis de oligoelementos nas dietas brasileiras de suínos são relatados em:
Dalto e da Silva (2020). A survey of current levels of trace minerals and vitamins used in commercial diets by the Brazilian pork industry—a comparative study. Translational Animal Science, Vol 4.
Níveis de micro minerais em rações relatados em granjas de suínos nos EUA
Uma pesquisa de 2016 (Flohr et al 2016) envolvendo 18 nutricionistas que atuam na suinocultura dos EUA, atendendo 40% do rebanho de porcas, revelou que adicionar uma margem de segurança na suplementação de minerais acima das estimativas para as exigências do NRC (2012) é uma prática padrão em muitas formulações de dieta de suínos. A variação observada entre os produtores de suínos foi bastante alta e foi pensada para refletir as diferenças de recomendações em relação as exigências e metas de produtividade.
A suplementação de micro minerais quelatados foi praticada principalmente em dietas de creche e de reprodução, em que o selênio foi o mais frequentemente usado de todos os minerais quelatados (até 69% dos produtores usaram selênio quelatado em dietas de creche e até 77% nas dietas de reprodução).
Níveis de micro minerais encontrados em dietas de creche nos EUA:
Desmame aos 7 kg: Onde o ferro e o selênio foram suplementados de acordo com as recomendações (NRC 2012), o cobre e o zinco foram suplementados bem acima da estimativa de necessidade em 18,6 e 30,3 vezes maior, respectivamente.
Níveis médios encontrados para zinco e cobre
– Cobre (mg/kg): 111,1
– Zinco (mg/kg): 3032
7 a 11 kg: o selênio foi suplementado a taxa de 1,0 a 9,1 vezes maior as estimativas de necessidade de NRC, enquanto o zinco e cobre foram 20,8 e 19,7 superiores, respectivamente.
Níveis médios encontrados para zinco e cobre
– Cobre (mg/kg): 118,2
– Zinco (mg/kg): 2081
Níveis de micro minerais encontrados em dietas de terminação dos EUA (55-100 kg):
Foi observada uma grande variabilidade nos níveis de cobre, bem como na suplementação de manganês que foi particularmente alta em comparação com as recomendações do NRC.
Níveis médios encontrados para cobre e manganês:
– Cobre (mg/kg): 82,3
– Manganês (mg/kg): 21,4
Níveis de micro minerais encontrados em dietas de porcas em lactação nos EUA:
A suplementação de micro minerais nas dietas de porcas em lactação foi de 0,8 a 3,8 vezes maior em comparação com as recomendações do NRC.
Níveis médios encontrados para cobre, iodo e manganês:
– Cobre (mg/kg): 16,1
– Iodo (mg/kg): 0,53
– Manganês (mg/kg): 37,6
Mais detalhes sobre os níveis de oligoelementos nas dietas comerciais de suínos dos EUA são relatados em:
Flohr et al (2016). A survey of current feeding regimens for vitamins and trace minerals in the US swine industry. J Swine Health Prod. Vol. 24(6).
Necessidade de precisão na inclusão de micro minerais nas rações para a produção de suínos
Na produção moderna de suínos, os níveis de micro minerais na ração não são importantes apenas em termos de atendimento as exigências para a produtividade e o bem-estar animal, mas também em termos de atendimento às preocupações ambientais.
Quando os oligoelementos são suplementados em doses acima da necessidade, eles se acumulam na urina e nas fezes. É por isso que uma baixa precisão na suplementação de oligoelementos na produção animal pode representar uma ameaça potencial ao meio ambiente.
A necessidade de reduzir as excreções de metais pesados da produção animal para minimizar o impacto no meio ambiente, exige maior rigor na inclusão de oligoelementos. Isso requer informações precisas sobre a digestibilidade dos oligoelementos em diferentes dietas.
Além disso, os alimentos contêm níveis inatos de oligoelementos, que muitas vezes são ignorados nas formulações de rações. No entanto, uma vez que o uso de enzimas e métodos modernos de processamento de alimentos podem aumentar a disponibilidade de oligoelementos inatos, sua contribuição para os níveis gerais na alimentação deve ser considerada.
A suplementação com micro minerais orgânicos biodisponíveis, como B-TRAXIM, permite uma redução de até 50% da suplementação de oligoelementos da dieta em comparação com a suplementação de micro minerais em sua forma inorgânica, mantendo o desempenho. Portanto, micro minerais orgânicos podem ser uma ferramenta econômica quando se trata de nutrição precisa e redução no impacto ambiental das granjas de suínos.
Saiba mais sobre o portfólio de micro minerais orgânicos da Pancosma.
Referências e artigos relacionados
Dalto and da Silva (2020). A survey of current levels of trace minerals and vitamins used in commercial diets by the Brazilian pork industry—a comparative study. Translational Animal Science, Vol 4.
Flohr et al (2016). A survey of current feeding regimens for vitamins and trace minerals in the US swine industry. J Swine Health Prod. Vol. 24 (6).
Zoon and Robin (2021). How to improve animal production sustainability with organic trace – minerals.
Video: Interview with Christian Bogues about B-TRAXIM minerals